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Foto do escritorTati Gonçalves

Meu Processo Criativo em 4 passos - uma forma de estimular a Criatividade.

Atualizado: 29 de set. de 2022

Todos nós precisamos criar soluções para os problemas e desafios que se apresentam em nosso dia a dia e cada um tem a sua forma particular de desenvolver ideias.


No meu caso, que trabalho com criação diariamente, precisei criar um processo para tornar o meu desenvolvimento mais eficiente e me ajudar com a ansiedade natural que o trabalho criativo gera.


Assim como podemos ampliar a atenção para ações que estimulam a criatividade, também precisamos identificar as que podem suprimi-la ou dificultar sua fluidez.


Vou dividir com você como estruturei o meu processo e os pontos que considero mais importantes para tornar esse trajeto mais produtivo e leve.



1º passo – Imersão:


Nesse momento eu “calço os sapatos” do meu cliente. Me coloco em seu lugar para enxergar as coisas do ponto de vista dele e, se possível, entender os sentimentos que motivam suas escolhas e objetivos. Assim consigo perceber o que posso usar como "norte" e encontrar mais facilmente os potenciais caminhos para a criação do projeto específico.


Sempre que possível, gosto de fazer a imersão presencialmente, pois existem nuances que só podem ser percebidas com a troca olho no olho.

Busco fazer essa imersão sem me precipitar em propor soluções, às vezes elas surgem já no início, mas procuro deixá-las maturar. Fico atenta aos detalhes e me mantenho aberta para todas as sugestões, ouvindo os desejos e percepções do cliente.

Imergir em sua realidade, seja uma marca ou pessoa, é essencial para entender sua identidade e realmente compartilhar os objetivos.


2º passo – Preparação:


Procuro reservar um tempo e evitar interrupções, deixo o celular de lado e me dedico ao momento presente. Inicio o exercício tendo em mente a flexibilidade. As coisas não são permanentes e estão em constante movimento. Muitas vezes, precisamos tomar um caminho “errado” para depois descobrirmos o caminho “certo”, faz parte. Procuro deixar a rigidez de lado e me permitir fazer o “trajeto” aberta às possibilidades. Nenhum exercício é perdido e sempre gera aprendizado e experiência.


3º passo - Pesquisa e referenciais:


Hora de garimpar referências para tangibilizar um caminho.

Procuro reunir uma série de peças inspiracionais. No meu caso, na maior parte das vezes, são imagens. Mas, também podem ser sons, leituras, filmes ou pessoas.

Essa para mim é a parte mais divertida do processo, pois aqui é possível ampliar conhecimento e estudar outras experiências, não necessariamente que tenham o mesmo “tema” do meu projeto em questão.

Na verdade, a inspiração principal, aquela que me provoca o insight, normalmente não tem a ver com o “tema” direto do meu projeto. Nasce de instalações artísticas, móveis, de objetos de design e de ambientes com “temas” ou função diferentes.


É importante não ser muito crítico no início da pesquisa, levantar possibilidades e explorar caminhos para ir convergindo as soluções aos poucos.

Você vai ver que depois de reunir uma boa quantidade de referências e de refletir sobre elas, as peças vão começar a se conectar, sempre tendo em mente a identidade e os objetivos do cliente. E aí é a hora de fazer o primeiro filtro.


Sugiro começar organizando as imagens de uma forma que faça sentido para você. Por exemplo, separe as referências por ambientes, ou pelos elementos que compõem o seu projeto.

Gosto de trocar esse primeiro compilado de inspirações (pós filtro e já organizado) com o cliente para me certificar de que estou no caminho.

Se você convidar seu cliente para participar dessa fase, vai perceber que ele se sentirá parte de toda a construção Conceitual e provavelmente vai defender as suas ideias. Além disso, existe uma boa chance de ele levantar questões que irão ajudar e melhorar as suas soluções, trocas generosas sempre trazem coisas boas.


4º - Conceituação prática:



Agora que os objetivos e identidade estão claros e você está nutrido de inspiração, é hora de colocar a mão na massa.

No meu caso, de iniciar os desenhos. Quase sempre começo com croquis à mão livre e logo em seguida vou para o programa de desenho técnico que uso.

Fico com o board de referências, validado pelo cliente, do meu lado. E conforme vou desenhando, posso sentir a necessidade de ampliar ainda mais as pesquisas, mas sem perder o foco das ideias iniciais.

Procuro criar um Conceito Principal e depois vou esmiuçando cada um dos elementos que compõem o Projeto. Olho para cada um dos detalhes, e enquanto vou construindo, não deixo de pensar na sensação que quero provocar no usuário e nas questões técnicas que podem envolver as soluções. Dessa forma, consigo antever problemas e ir amadurecendo as propostas.


Ao final do exercício de desenho, que vai evoluindo do papel até o 3D, encontro um resultado que não considero ser o final. Claro que durante o processo é natural criar vínculo com a sua criação, mas sempre penso que precisa fazer sentido para o meu cliente. Somente depois de avaliarmos esse resultado juntos que começo a virar a chave para fase técnica.


Acredito que se manter aberto e flexível até o fim permite encontrar caminhos que não seriam possíveis com rigidez. Fico curiosa para descobrir o que vou aprender e onde as trocas com o outro podem me levar.


 

Esses passos me ajudam bastante com o dia a dia, mas como base de tudo, tenho a crença de que é preciso gostar do que faz e se dedicar.

Pra mim essa é a chave, dedicação com prazer. Quando a gente curte o que faz e sente que faz sentido, nos tornamos parte do trabalho, esquecemos do tempo e ficamos felizes apenas por estarmos fazendo aquilo. É o processo que é prazeroso. O resultado final é consequência e quando ele chega, significa que você precisa começar de novo pra voltar a se divertir.


Em diversas situações tive a oportunidade de elaborar a ideia de “tornar-se um” com aquilo que a gente se propõe, seja o que for. Se perder no processo de desenvolvimento e de entrega e alcançar um estado, ou sensação de significado, essa é a maior recompensa! É nessa hora que as coisas acontecem e se pode encontrar soluções inovadoras.


Esse tema é muito interessante e eu adoraria saber um pouco sobre o seu processo criativo e inspirações. Escreve pra mim e vamos pensar juntos!


Abraços e até!


Tati Gonçalves

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