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Foto do escritorTati Gonçalves

Arquitetura como exercício de branding I Cantão.

Atualizado: 30 de set. de 2022




Oi, pessoal! Quem me acompanha por aqui sabe que eu sempre trago conteúdo voltado para varejistas e para todos que trabalham nesse universo maravilhoso. Há 17 anos eu iniciei nesse ambiente sem que tivesse planejado e não quis mais me direcionar para outro caminho. O varejo é apaixonante!

Um projeto voltado para varejo une vários elementos que vão além da arquitetura propriamente dita. Precisei estudar marketing, entender sobre psicologia do consumidor e me aprofundar em questões técnicas desde a construção de-ta-lha-da de mobiliário, ao entendimento dos projetos que complementam a arquitetura e o processo construtivo. Tive a sorte de encontrar e cultivar pessoas incríveis que somaram conhecimento e continuam me ensinando e inspirando.

O projeto para varejo é complexo, dinâmico, precisa ser minucioso e permite um leque enorme de possibilidades criativas.

Tá, é um negócio viciante, confesso! Posso trabalhar o mesmo tema, loja de sapatos por exemplo, de muitas maneiras diferentes, vai depender da identidade da Marca.

E falando sobre identidade, a gente pode começar a falar de branding. O branding engloba todas as ações que uma Marca realiza para influenciar a percepção das pessoas sobre o produto ou serviço que oferece. Tem a ver com a maneira que uma Marca é percebida e acolhida pelo consumidor.



O branding é emotivo, subjetivo e precisa estar em constante aprimoramento, pois como disseram Lulu Santos e Nelson Motta "tudo muda o tempo todo no mundo" e ter adaptabilidade é importante. De uma forma bem resumida, branding é tudo o que uma Marca faz para influenciar ativamente as decisões de compra de seus consumidores.

Convidei a Roberta Rezende, especialista em construção e gestão de marcas e responsável pela gestão de mídias da Cerejeira, para trazer uma contribuição que achei bem bacana.

"Branding é sobre sentir. É o perfeito alinhamento entre a identidade da marca e a imagem percebida pelo consumidor. Para isso, todos os pontos de contato com o cliente (no ambiente online ou físico) precisam estar alinhados para gerar uma maior conexão e, consequentemente, converter em venda e fidelização. E quando se trata de varejo, não há melhor lugar para a marca mostrar quem realmente ela é, a sua proposta de valor e o seu posicionamento do que a loja física. Alinhar todos os elementos que compõem esse espaço fará com que o consumidor compreenda as mensagens e crie esse "sentimento único" em relação à marca."



E por que eu estou trazendo tudo isso?

Porque a arquitetura da loja é um exercício de branding que, inclusive, pode ser aplicado em diferentes formatos, como: lojas conceito, lojas pop-up, outlet, quiosques e até em stands. O ponto de venda pode ser uma experiência imersiva e sempre tem MUITO impacto na percepção e na emoção do consumidor, positiva ou negativamente, depende do que a Marca oferece ali.

Em nossos projetos usamos a identidade da Marca como ponto de partida e temos como objetivo, como norte, uma boa performance para aquela loja, que precisa vender. Uma loja linda que não vende não cumpre seu papel e ter essa clareza é muito importante. A venda envolve muitos outros fatores, mas sem dúvida nenhuma o espaço de loja é uma variável essencial nessa equação.

Ter o olhar atento para branding e também para performance permite aprofundar o entendimento do relacionamento com o consumidor, do melhor fluxo para aquela operação, do entorno que a loja está e do que é preciso para impactar determinado público.

Em projetos para varejo é preciso equilibrar tudo em um curtíssimo espaço de tempo. Os prazos para desenvolvimento dos projetos, processo de orçamentos, compatibilização e execução/obra precisam caber em 60/90 dias em média, é tudo pra ontem. Acho que por ser tão desafiador é também muito gratificante.

Quando uma loja nasce é simplesmente maravilhoso, emocionante. E, quando ela vende bem e até supera as expectativas, dá aquela sensação de dever cumprido, de estar realmente exercendo meu propósito. Afinal, quando uma empresa prospera, ela impacta um ecossistema e pode mudar para melhor a vida das pessoas. Fazer parte disso é bom demais!

Para ilustrar sobre como podemos usar a arquitetura como exercício de branding, quero contar um pouquinho de como foi criar para o Cantão, vale dizer que estamos juntos há 10 anos e que eu realmente amo a nossa trajetória.



Compartilho um pouco do manisfesto do Cantão:

A mulher Cantão é...

Pé no chão. Flexível. Otimista. Ativista da felicidade!

O otimismo é moderno, rebelde, transgressor e, em tempos de incerteza, uma escolha extremamente corajosa!

Empática. Generosa. Consciente de quem é, das suas escolhas de vida, de consumo e das suas atitudes em relação ao meio ambiente e à sociedade.

Independente. Protagonista. Livre desde 1967, a mulher Cantão anseia por liberdade: de direito, de escolha, de padrões, de ser quem realmente gostaria de ser. Nada mais inspirador do que ser livre: pra ser ou não ser, pra ir e vir!

Confiante e segura de si, está sempre tomando as rédeas da própria vida, independente de qual caminho decidir seguir. Se permite errar e ser imperfeita. Entende que estar bem consigo mesma é a melhor forma de VIVER BEM.



Mergulhada nessa atmosfera, busquei a referência de ambiente em que mais podemos estar à vontade, onde guardamos nossas histórias e memórias. Onde buscamos conforto, recarregamos as energias e nos sentimos seguros: Na nossa casa, no nosso LAR.

A partir desse conceito me aprofundei em pesquisas sobre como representamos visualmente um LAR, como entendemos a arquitetura de uma CASA e pude confirmar o que já intuía. A casinha que qualquer criança desenha é cheia de simbolismo e foi nessa representação que busquei inspiração.

A loja á a CASA do Cantão. Usei o desenho das tesouras, peças estruturais de um telhado, de uma forma bem marcada, bem presente, tanto na fachada, quanto internamente.

O projeto tem muitos elementos orgânicos que foram cuidadosamente trabalhados, como os tijolos e a madeira. Temos poltronas e almofadão pra se jogar, ali tudo está à mostra, até a escada que leva para o estoque.



Tudo tem carinho e foi colocado com delicadeza. É leve, tem transparência, é ampla e cheia de plantinhas. Tem tecido nas paredes, tem livros, tem café e trata os produtos como protagonistas. Cada peça tem seu lugar, exposição lateral, frontais, prateleiras invisíveis para compor peças dobradas, calçados, bolsas e objetos. Araras posicionadas em lugar de destaque para lançamentos e peças especiais e também tem o cantinho da liqui. Tem lugar pra receber as colabs e para cada acessório (cordões, brincos e pulseiras). Tem mesa welcome e sapataria, tem veneziana caribenha e uma casinha dentro da casa. Tudo pensando em linha com a essência do Cantão, valorizando cada peça e fazendo com que a experiência seja especial.


Eu poderia ficar escrevendo sobre o Cantão e os nossos projetos juntos por muito mais tempo, foram muitas coisas boas juntos. Deixo o convite para você visitar o link do projeto aqui no site e os posts sobre esse projeto na nossa página do Instagram. Aliás, você já nos segue por lá?

Espero que tenham gostado e que de alguma maneira eu tenho contribuído com você.


Abraços e até mais!

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